Escondi-me, do teu olhar fatal,
ora absurdo, que deixa minha pele marcada
dores em minha barriga,
de volta pra casa, a encolher-me ferido;
teria sido sua falta em mim fazer,
de algo manso, o florescer da rosa,
sem ser primavera:
nasço todo dia como novo, diabólico,
como o anjo, de Deus falando,
amoroso.
Não minto nunca, digo que nunca,
pois nada nele dura,
tenha a saber, flor de ipê.
Assim no amor, assim em mim.
Desejo florescer.
Sou concorrência correndo para o outro lado,
de um pequeno estado,
então não espere que eu seja
seu advogado, um tanto trágico;
nem um tanto verdade,
ainda são tantos armários,
todos abarrotados,
todas essas roupas, encharcadas:
estou a vasculhar-me inteiro,
de encontro a qualquer segredo,
buscando no profundo meu lado vão.
O medo do medo. Um receio.
Uma pessoa perdida nos números.
Nas filosofias numéricas. Todos os dias.
Assim no amor, assim em mim.
Busquei o segredo.
Portanto, continuo a andar sozinho,
na brisa fresca, com algum carinho,
sem acreditar nesse afago,
de amor vazio.
Suas palavras, todas essas escolhas,
palavras dadas, insensíveis,
enclausuradas:
imito a palavra onde você me levar,
não muito longe, pois de você é nada além do que facilmente fez,
e eu encolhi como um tatu
com medo da morte.
De minha morte anunciada.
Um buraco tão fundo,
profundamente instável,
onde renasço vivo e profundo,
e nem sequer tenho mais medo:
a morte assombrada
não me detém. Nunca me para.
Assim no amor, assim em mim.
Dessa liberdade vivo além do que sou.
Lindo! Continue assim.
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